Sampa



Minha primeira impressão de volta a São Paulo, depois de 2 anos e 4 meses, foi que saudade que eu tava dessa cidade! Ainda no aeroporto lembrei de um perrengue chic que passei certa vez ao chegar, foi um dia muito chuvoso que parou e alagou a cidade inteira, rios transbordaram, não havia táxi no aeroporto e a fila de passageiros estava imensa. Esperei pelo menos 4 horas até conseguir o táxi e mais 2 horas até chegar no apartamento, mas, apesar do transtorno e do cansaço, deu tudo certo.

Dessa vez, não teve nenhum perrengue no caminho, na verdade aproveitei uma promoção relâmpago e comprei as passagens no impulso mesmo. E simples assim, sem nenhum planejamento ou dinheiro suficiente, vim passar 4 dias em São Paulo. Ironicamente alguns dias antes da promoção eu estava conversando com uma amiga, justamente sobre os preços absurdos das passagens e que não tinha previsão de vim. Mas aproveitei uma oportunidade e foi a melhor coisa que poderia ter acontecido.

Como a grana tava curta, resolvi sair do aeroporto de trem fazendo as baldeações pelo metrô até chegar na estação mais próxima do apartamento da minha tia. Foi uma experiência bastante positiva, e logo veio a primeira constatação o transporte público de São Paulo pode ter todos os problemas do mundo, mas, é extremamente eficiente, em menos de 1h percorri um caminho de uns 30 km. Eu mal tinha chegado, e já naquelas primeiras horas veio a tona uma enxurrada de sentimentos agridoces, mas uma coisa era certo, se pudesse não iria mais embora. Mais uma vez quis juntar as oportunidades de São Paulo com as pessoas de Belém. 

Durante os dias que passei lá, fiz coisas que não consegui durante os 3 anos e meio que morei lá, mas também fui em lugares que já tem história afetiva. Fiz compras no Brás, almocei KFC no Central Plaza, conversei a tarde toda com uma amiga e uma professora muito querida da faculdade, fui ao aniversário de uma amiga em Santo André, fui a lanchonete do copo de milkshake colecionável. Lanchei no Mc Donald's vizinho ao ap, comprei o chips de batata que eu amava, tomei café e almocei na lanchonete da esquina. Fui barrada de entrar no ônibus sem máscara, fiz compras na 25 de março e na Decathlon, xinguei as inúmeras ladeiras da cidade, passei o maior tempo possível com as minhas amigas.

Foi um final de semana intenso, que me "salvou" e me deixou muito reflexiva. Percebi que sentia falta de tudo que São Paulo oferece, do caos diário, do sufoco do transporte público, dos lugares, do rolêzinho do final de semana e principalmente das pessoas. Eu viajei de um jeito e voltei de outro, fui porque precisava de um respiro, mas eu voltei querendo ficar.

E aquele sentimento de não pertencimento voltou com força, e agora semanas depois da viagem ele ainda permanece comigo.

Obs: a viagem aconteceu de 03/02 a 06/02.




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